Acidentes de trabalho são as principais causas de afastamento

O que está por trás dos acidentes de trabalho e como preveni-los?

Segundo dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, com a finalização do confinamento e a retomada das atividades laborais em 2021, foram registrados no Paraná mais de 40 mil acidentes relacionados ao trabalho, sendo que o total de dias perdidos por conta de acidentes laborais ultrapassou a marca de 1 milhão. Esses números representam um aumento de 24,7% em relação ao ano anterior, aproximando-se do patamar de registros de 2019, ano pré-pandemia.

Para o especialista em segurança do trabalho e head de marketing da SafeStart, Lucas Martinucci, 90% dos acidentes de trabalho são causados por erros não intencionais, sendo, portanto, muito importante entendermos a razão desses acontecimentos. “Uma pessoa errar quando está aprendendo é algo normal e esperado, mas o que dizer dos erros que acontecem quando já sabemos o processo? Quando já fizemos inúmeras vezes aquela mesma coisa? Chega a ser irônico, pois nesses casos nós erramos porque sabemos fazer tão bem, que fazemos sem pensar”, questiona.

O ato de realizar uma tarefa automaticamente é normal e inerente a qualquer pessoa, mas para evitar os acidentes, Martinucci reforça que as empresas precisam repensar todo o processo e até a forma de trabalhar, tendo como foco a prevenção acompanhada da conscientização e do treinamento. “As empresas precisam buscar alcançar o desempenho de segurança de classe mundial, transformando positivamente a cultura de segurança por meio da redução de erros e da melhoria do desempenho pessoal de cada um dos colaboradores. A melhor forma de se fazer isso é capacitando os funcionários para que possam identificar as questões de risco e antecipar seus atos, sempre.”

Como identificar as principais causas de acidentes de trabalho?

Martinucci lista algumas situações que merecem atenção, são elas:

• Cansaço – A fadiga é responsável por muitos acidentes de trabalho e precisa ser acompanhada de perto. Não basta o funcionário utilizar corretamente o seu EPI (Equipamento de Proteção Individual), se ele estiver com nível de atenção abaixo do esperado, ele estará em risco. Portanto é fundamental acompanhar se os funcionários estão respeitando os horários de descanso, principalmente, os que trabalham em períodos noturnos. Crie uma política específica para os colaboradores reconhecerem o cansaço e façam uma pausa (quando possível) para evitar possíveis acidentes.

• Repetições – Elas provocam o desgaste físico e levam até o melhor dos funcionários a ter atitudes negligentes e automáticas, como deixar de lado os EPIs, os procedimentos padrão e os cuidados básicos. Para evitar esse tipo de problema, é importante avaliar a ergonomia, instruir a alternância de tarefas e criar estratégias para não esquecer os cuidados e procedimentos básicos. Olhar o comportamento de outros colaboradores também é importante, para que você também possa aprender com o erro dos outros.

• Atenção aos materiais perigosos e normas de uso – Por mais que todos saibam, é fundamental que haja sempre o reforço sobre materiais danosos à saúde e a forma de manuseio, uso, transporte e armazenamento. Além disso, queimaduras, inalação e outros tipos de problemas precisam ser evitados com o uso correto dos EPIs, além de uma qualificada instrução acerca dos procedimentos corretos de manuseio e cuidados em casos de acidentes. Neste caso, reconhecer uma possível complacência é essencial.

• Quedas – Esse é um dos acidentes mais fatais e, infelizmente, muito comuns. Usar EPIs e acessórios corretos é importantíssimo, porém, manter os olhos e mente voltados para a tarefa em questão é primordial.

• Estresse – Assim como o cansaço, o estresse afeta a concentração e o aspecto emocional do trabalhador, causando distrações e muitas vezes um ritmo mais acelerado de suas funções, além de movimentos bruscos e menor preocupação com o correto manuseio de peças, máquinas e ferramentas. Portanto, é muito importante que a empresa esteja atenta ao estado emocional de seus funcionários, assim como buscar maneiras de descompressão ao longo da jornada.

• Escorregões – Sinalizações corretas, botas e pisos antiderrapantes devem ser uma preocupação constante, a fim de evitar, inclusive, as pequenas quedas. Esse tipo de acidente pode gerar torções e até mesmo fraturas mais sérias. A atenção plena ao caminhar é fundamental. Procure passar uma mensagem constante sobre evitar a distração no local de trabalho.

• Não utilizar o EPI adequado – é fundamental que o funcionário use corretamente os EPIs já que são uma parte essencial para manter a saúde e a integridade física. Além do uso, o equipamento deve estar em perfeita condição e dentro da validade. No SafeStart dizemos que o EPI é a última barreira entre o colaborador e um acidente, já que a parte comportamental do colaborador (estados físicos e emocionais) estão um passo à frente.

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